Córrego de Goiás é contaminado com substância que pode causar câncer

Com coletas de amostras em intervalo de menos de dez dias, dois relatórios técnicos comprovaram a contaminação das águas do Córrego Sussuapara, às margens de Bela Vista de Goiás. Um desses laudos, produzido pela Semad, causou uma multa de R$ 2,755 milhões à Saneago.

O outro, um trabalho científico desenvolvido dentro do projeto AquaCerrado, revela presença de acrilamida, substância classificada como "provavelmente carcinogênica" pela Iarc.

A má qualidade da água, por bactérias, pesticidas e outros componentes, foi exposta pelos dois relatórios com coleta de amostras de água no mesmo ponto: as imediações da estação de tratamento de esgoto da Saneago.

O projeto Aquacerrado, que envolve, entre outros, pesquisadores da UFG e UFJ, foi acionado por ambientalistas que atuam na Bacia do Rio Paranaíba, a qual o córrego integra, como afluente do Rio Piracanjuba.

Duas entidades, a Associação SOS Rio Piracanjuba e o Idesa, vêm apurando, desde agosto, denúncias sobre mudanças no odor e na coloração das águas do Sussuapara, tendo como foco as estações de tratamento de esgoto.

No dia 6 de setembro, foi feita a coleta de material no local de despejo dos efluentes e também em pontos a montante da estação, abrangendo áreas urbanas, rurais e de preservação. Os exames microbiológicos e químicos foram concluídos; o de ecotoxicidade está em andamento.

Foram detectados coliformes termotolerantes nos pontos 1, 2, 3, 5, 6 e 7 e a bactéria Escherichia coli nos pontos 1, 2, 3 e 7, caracterizando contaminação fecal recente. Os pontos 3, 6 e 7 apresentaram os níveis mais elevados, possivelmente associados à influência urbana e à ineficiência do tratamento de esgoto.

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